PRIMEIRA PARTE
A Grande Invocação, a Espada de Deus
Wendy Boyd
Enganosamente,
a Grande Invocação é, em sua aparência imediata, uma composição de palavras
suaves e simples, mas por trás das palavras está a força motriz de uma imensa
potência de efeito mágico e impressionante realizado nas asas do pensamento e
da palavra.
O Mestre Jesus disse: "Eu não vim trazer
paz, mas uma espada". Isto é tanto surpreendente como, especialmente, uma
declaração desafiadora, porque o sentimento de expectativa associado com Seu reaparecimento
assenta principalmente na ideia de que definitivamente é a paz que Ele nos
trará.
Na
verdade, muitos assumem que é Sua tarefa divina trazer a paz, para acabar com
os problemas do mundo, e que por isso a humanidade está isenta de toda
responsabilidade.
Da
mesma forma, há uma tendência a imaginar que Seu reaparecimento irá se
manifestar na forma que Ele tomou antes como Jesus de Nazaré.
Embora a aparência que Ele vai tomar é ainda
desconhecida, parece razoável que os primeiros sinais deste evento será de um
despertar na consciência humana, isto é, primeiro Ele vai tornar-se presente na
própria consciência.
Na medida em que o coração e a mente humana
descobrem, experimentam e cada vez mais expressam o princípio Crístico através
da ação correta e das corretas relações humanas Ele reaparecerá.
Uma maneira na qual isto demonstra estar
acontecendo é através das milhares de pessoas que têm passado pela primeira
iniciação, o "nascimento do Cristo na caverna do coração". Por isso,
a espada que Ele traz é digna de exame porque tem várias implicações, como
símbolo e energia.
Que Ele só e sem ajuda trará a paz e resolverá
os problemas da humanidade não é apenas uma ilusão perigosa, que reforça a
apatia e a dependência, mas também incentiva a miragem de ver o Cristo de uma
forma estritamente astral altamente carregada com fervor emocional ou desejo
intenso.
Há então uma parte importante que a espada
está desempenhando, primeiro cortando e arrancando as ilusões e miragens que
envolvem as formas-pensamento distorcidas em relação ao Cristo.
A Grande Invocação, como espada da verdade,
indica diretamente à consciência a realidade - o centro onde a mente, o coração
e a vontade de Deus são conhecidos e experimentados.
A invocação unida para Seu retorno à Terra, na
segunda estrofe, é sobre a liberação de uma energia essencial, a energia do
amor, em vez do aparecimento de uma forma divina, não importa o quão notável.
Neste sentido a Hierarquia tem usado palavras
como uma fórmula que instantaneamente eleva o coração e a mente acima das
formas astrais em torno do Cristo, assim posicionando a consciência em um
estado impessoal, um estado da mente e do ser consciente verdadeiramente
grupal.
Enganosamente, a Grande Invocação é, em sua
aparência imediata, uma composição de palavras suaves e simples, mas por trás
das palavras está a força motriz de uma imensa potência, de efeito mágico e
impressionante realizado nas asas do pensamento e da palavra.
Uma das lições mais rudimentares que o
discípulo deve aprender é o controle da fala, até porque o uso errado do ato de
falar pode abrir a porta para os elementos mais nocivos da força astral.
Neste contexto, estamos considerando o poder
das palavras, símbolos e imagens e como podem ser usadas para invocar energias
espirituais e criar certos efeitos.
Ao entoar a Grande Invocação, quer seja
sozinho ou em grupo, estejamos certos que são as mais elevadas forças de luz,
amor e poder que queremos invocar.
Em certo sentido é uma poesia intuitiva em que
a forma e estrutura utilizada promovem as quatro qualidades de intuição,
iluminação, compreensão e amor. Como já dito, precipita os efeitos que se
propõe a fazer - evocar a realidade por meio da intuição como o oposto da
ilusão.
A Palavra como a Espada
É interessante notar que "espada" (sword em inglês) torna-se
"palavra" (word em inglês), quando a letra
"s" é descartada e podemos dizer que, através da Grande Invocação
estamos empunhando a Sua palavra, em nome de Cristo, como o representante
divino da Vontade de Deus.
A forma da Grande Invocação baseia-se em uma
série de palavras que servem como veículo ativador através do qual a mensagem
encapsulada do Plano Divino pode ser cumprida.
Portanto, podemos dizer que qualquer indivíduo
ou grupo usando a Grande Invocação toma a espada/palavra e auxilia na "criativa
destruição" dos obstáculos que dificultam o caminho do Seu retorno: por um
lado, destruindo as barreiras e, no outro penetrando na matéria etérica através
do poder da palavra correta para criar a forma e construir o caminho a tomar -
um caminho esculpido com verdade, amor e intenção unida.
A Grande Invocação está treinando o coração e
a mente na arte hábil de empunhar a espada/palavra em combate espiritual para
que as forças da luz, do amor e do poder possam emergir triunfantes na Terra.
No entanto, a espada, como Excalibur, ainda
tem de ser retirada da pedra, a pedra concreta da mente inferior.
A Grande Invocação pode ser vista como o
Excalibur que é liberada da pedra e vem à vida para ser utilizada por todos os
que aplicam a vontade para o bem - a espada na pedra esperando ser empunhada e
cumprir o seu destino, a promessa do paraíso recuperado.
Embora a lenda do rei Artur esteja fora do
escopo deste trabalho, há alguns paralelos interessantes entre os símbolos
fundamentais de Excalibur/Arthur e da Grande Invocação/Reaparecimento do
Cristo.
Por exemplo, um tema - a crença de que Arthur
não está morto e vai voltar - permanece enraizado na mente popular ao longo dos
séculos.
As primeiras referências vêm de áreas celtas -
um poema Galês que adverte enigmaticamente, "O túmulo de Arthur é um
mistério até o dia do Juízo final"; a menção de uma batalha que eclodiu em
Bodwin (Cornwall) (Cornualha) em 1113 porque um francês riu de um homem local,
que lhe assegurou que Arthur estava vivo; são alusões a uma crença obstinada
entre as pessoas de que ele iria voltar. Além disso, Arthur tornou-se a
personificação do cavaleiro cristão ideal recebendo sua ferida de morte de seu
sobrinho Mordred, cavaleiro falso e traidor, o Judas de Camelot que abriu a
porta ao mal.
Sobre o assunto de palavras e símbolos e suas
implicações, é interessante notar que "mal" (evil em inglês) é "vida,
vivo" (live em inglês) soletrado inversamente.
Arthur pode ser comparado, ao compartilhar uma
função similar, com o princípio Crístico em que a sua presença ou aparência é a
chave para tirar a espada da pedra. Neste contexto, representa a transição da
"estagnação" da mente concreta inferior para a velocidade mais rápida
e superior da intuição, dando à Grande Invocação um efeito transformador no plano
mental.
Diz a lenda que apenas Arthur, de
coração muito puro, podia tirar a espada da pedra e isso
corresponde à exigência de um centro cardíaco purificado e desenvolvido como um
fundamento essencial para o uso do aspecto vontade em relação ao trabalho
esotérico.
Da mesma forma a Grande Invocação, como
Excalibur/Arthur, opera de forma mais eficaz quando utilizada por um coração
puro e motivador.
A Espada de Mercúrio
Outro exemplo do uso da espada e sua
correspondência simbólica ao trabalho preparatório é encontrado na história de
Hércules como o discípulo mundial.
Antes que Hercules começasse seus doze
trabalhos, foram dados a ele, pelos deuses, vários presentes. Somos informados
de que "com uma fala graciosa e brilhante espirituosidade, chegou
Mercúrio, trazendo, numa bainha de prata, uma espada de raro modelo. Ele
afivelou-a à coxa de Hércules, ordenando-lhe que a mantivesse sempre polida e
afiada. “Ela tem que dividir e cortar”, disse Mercúrio, “e com precisão e
conquistada habilidade, deve mover-se." (1)
Também nos é dito que "o presente de uma
espada que veio de Mercúrio, o mensageiro dos deuses, reveste-se de profundo
significado, porque a espada é o símbolo da mente que divide, separa e elimina.
Através do seu uso, Mercúrio juntou aos outros presentes ofertados a Hércules,
o da análise mental e da discriminação." (2) Mercúrio,
também chamado o mensageiro alado, está associado com a comunicação; em
essência, ele é o "mensageiro do céu" ou, neste contexto, o
mensageiro da Hierarquia, resumindo o poder da palavra falada em conjunto com a
técnica de invocação. A versão grega de Mercúrio é Hermes, que significa
"intérprete ou mediador"; certamente parece ser uma interação dessas
desejadas habilidades se a humanidade, como o discípulo mundial, for atuar como
embaixador da Hierarquia na apresentação da Grande Invocação.
Os alquimistas equipararam Mercúrio a
conceitos relacionados com fluidez e transmutação e, por causa de sua fluidez
(como no caso de todos os líquidos), o uso da Grande Invocação é um dos processos
mais alquímicos que ocorrem, uma vez que transmuta a matéria em espírito,
elevando-a do inferior para o superior e do transitório para o estável.
Mercúrio, dizem-nos, é "supremamente
mental", sendo o primeiro agente do terceiro aspecto de inteligência ativa
e, ao mesmo tempo que concretiza o segundo aspecto do amor-sabedoria, em
particular o aspecto sabedoria. É referido como uma dupla energia, uma vez que
expressa tanto a mente concreta como a mente abstrata de Deus.
Outro ponto de interesse é que a mente
concreta inferior foi desenvolvida no primeiro sistema solar, e a mente
superior abstrata ou intuitiva, a razão pura, está se desenvolvendo neste
sistema.
Portanto, ao entoar a Grande Invocação,
distribuí-la e levá-la à atenção do público estamos ajudando neste processo em
escala cósmica. A energia de Mercúrio é de natureza sintetizadora, reunindo
mente-sabedoria expressando-se através da alma humana. Além disso, Mercúrio
rege a ponte ou antahkarana.
As implicações de Mercúrio são muitas, até
mesmo o sistema nervoso é controlado por esta energia, porque os nervos são
mensageiros no plano biológico.
Além disso, como um ponto de interesse, o
famoso médico fitoterápico e astrólogo Nicholas Culpeper (1616-1654) assinalou
ervas, raízes, flores e sementes a seus planetas regentes, percebendo que
continham as virtudes do planeta para fins medicinais e de cura.
Em seu livro ele cita "Deus está um tudo,
sua imagem está estampada em cada grama." Essas ervas regidas por Mercúrio
foram particularmente benéficas para "aflições", como a calaminta ou
hortelã da montanha; da mesma forma que o aneto "fortalece o
cérebro".
Outros Símbolos
A espada é, em essência, composta por uma
lâmina e uma guarnição; portanto, é um símbolo da "conjunção",
especialmente quando, na Idade Média, toma a forma de uma cruz. Em termos
astrológicos uma conjunção é a proximidade ou a vizinhança de dois corpos
celestes, encontrando-se, ou de passagem, ou a presença na mesma parte do céu
de dois corpos celestes. Pode-se dizer que uma correspondência semelhante está
ocorrendo na medida em que a Constelação de Peixes sai de seu longo governo e é
substituída pela energia entrante de Aquário, causando uma sensação de duas
energias que se cruzam, mesmo conflitando, até que a transição do ciclo de sexto
raio para o ciclo de sétimo raio esteja totalmente estabelecida.
Em termos da espada, e em relação com os
Romanos eles acreditavam que o ferro, por causa de sua associação com Marte,
era capaz de afastar os maus espíritos.
Seu significado simbólico primário, no
entanto, é de uma ferida e o poder de ferir, e mesmo assim é o motivo por trás
do ferimento que faz com que seja boa ou ruim.
Por exemplo, um médico pode infligir dor para
tratar uma ferida ou um soldado tirar uma vida, a fim de salvar centenas de vidas.
Já que aqueles que recitam a Grande Invocação
não estão empunhando a espada para ferir, mas para curar, a espada então, é
aliada do discípulo na luta para libertar os "prisioneiros do
planeta".
Para esse efeito, a espada da invocação pode
penetrar e perfurar o mundo material, rumo ao espiritual e descarregar a
evocação esperada das forças redentoras.
Sobre este tema, as armas de guerra podem ser
símbolos positivos, a espada permanecendo como símbolo da justiça e, uma
autoridade superior. Enquanto o punhal representa o falo e masculinidade em
geral, na cultura megalítica a espada é a contrapartida da roca, que é o
símbolo feminino da continuidade da vida. A espada e a roca simbolizam,
respectivamente, a morte e a fertilidade, os dois opostos que constituem o
simbolismo básico da montanha, e a montanha é moldada como um triângulo, a
assinatura sagrada de Deus.
Isso se relaciona com o propósito de invocação,
que é a criação de pontos de tensão como pontas de espada, em picos de
montanhas de energia triangular através da qual a demanda expressada pode
aumentar e subir aos céus.
Por sua vez, as quatro estrofes que compilam a
Grande Invocação estão posicionadas como quatro montanhas sólidas dentro da
área da mente grupal.
Na filosofia chinesa as montanhas permanecem
juntas dando a imagem de quietude; o sucesso de invocação e a evocação
resultante, está ligada à capacidade de fundir-se com o "ponto imóvel no
centro" antes da liberação da "conjunta intenção" grupal.
Desta forma, a mente, como uma grande montanha
banhada pela luz do sol, é mantida firme na luz da alma e alinhada ao esforço e
intenção Hierárquica.
A este respeito, estamos alinhando o esforço
grupal com a "constância, exatidão e poder" que o Cristo e a
Hierarquia Espiritual adotam ao entoar a Grande Invocação e como uma força
unida empunham as espadas e, portanto, a(s) palavra(s) de Deus.
________________
(1) Os Trabalhos de Hércules, por Alice Bailey. pp. 15-16
(2) Ibid. p. 25
Reproduzido de The Beacon, edição de
abril/junho de 2010.
SEGUNDA PARTE
O Uso e o
Significado da Grande Invocação
(O Mantra da Era de Aquário)
A beleza e a força
desta Invocação jazem em sua simplicidade e em sua expressão de certas verdades
centrais que todos os homens, inata e normalmente, aceitam:
- a verdade da existência
de uma inteligência básica a Quem nós vagamente chamamos de Deus;
- a verdade que por
trás de toda aparência exterior, o poder motivador do universo é o Amor;
- a verdade que uma
grande Individualidade, chamada Cristo pelos cristãos, veio à terra e encarnou
aquele amor de modo que o pudéssemos entender;
- a verdade que
tanto o amor como a inteligência são efeitos do que é chamada a Vontade de
Deus;
- e finalmente a
verdade auto-evidente que somente através da humanidade mesma pode o Plano
cumprir-se.
Toda esta Invocação
se refere ao dominador e revelador reservatório de energia, à causa imediata de
todos os acontecimentos na terra que indicam a emergência daquilo que é novo e
melhor; esses acontecimentos demonstram a progressão da consciência em direção
à luz maior.
O apelo invocativo
habitual tem sido até agora egoísta em sua natureza e temporário em sua
formulação. Os homens tem orado para si próprios; eles tem invocado a ajuda
divina para os que amam; e dado uma interpretação material a suas necessidades
básicas.
Esta invocação é
uma oração mundial; ela não tem qualquer apelo pessoal, nem urgência invocativa
temporal; ela expressa a necessidade da humanidade e mergulha em todas as
dificuldades, dúvidas e questionamentos diretamente até a Mente e o Coração
D'Aquele em Quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser - Aquele Que
permanecerá conosco até o final do próprio tempo e "até que o último
cansado peregrino tenha encontrado seu caminho de volta para casa".
DO PONTO DE LUZ NA MENTE DE DEUS,
FLUA LUZ ÀS MENTES HUMANAS;
QUE A LUZ DESÇA À TERRA.
Nas primeiras três
linhas, temos a referência à Mente de Deus como um ponto focal para a luz
divina. Isso se refere à alma de todas as coisas. O termo alma com seu
principal atributo de esclarecimento, inclui a alma humana e aquele ponto de
consumação de luz que nós consideramos como a "ofuscante" alma da
humanidade. Aquela alma traz luz e espalha iluminação. Ela é necessária sempre,
para lembrar que a luz é energia ativa.
Quando nós
invocamos a Mente de Deus e dizemos: "Flua luz às mentes dos homens, que a
Luz desça à Terra", nos estamos vocalizando uma das grandes necessidades
da humanidade e, se a invocação e a prece significam realmente algo, a resposta
é certa e segura. Quando encontramos presente em todas as pessoas, em todas as
épocas, em cada era e em toda situação, a urgência em verbalizar um apreço ao
Centro espiritual invisível, há uma segura certeza de que um centro existe. A
Invocação é tão velha quanto a própria humanidade.
O Cristo nos disse
que os homens "amam as trevas em vez da luz, porque seus atos são
maus". Contudo, uma das grandes belezas emergentes no tempo atual é que a
luz está sendo lançada em cada lugar escuro, e nada há oculto que não venha a
ser revelado. As pessoas reconhecem a presente trava e miséria e
consequentemente saúdam a luz. A iluminação das mentes do homens, de modo a que
eles possam ver as coisas como elas são, pode alcançar motivos corretos e o
meio de alcançar corretas relações humanas é agora uma necessidade capital. Na
luz que iluminação traz, veremos finalmente luz, e o dia virá em que milhares
de filhos dos homens e incontáveis grupos serão capazes de dizer com Hermes e
com o Cristo: "Eu Sou (ou Nós Somos) a luz do mundo".
DO PONTO DE AMOR NO CORAÇÃO DE DEUS,
FLUA AMOR AOS CORAÇÕES HUMANOS;
QUE AQUELE QUE VEM VOLTE À TERRA.
Nas três linhas
seguintes, o Coração de Deus é envolvido e o ponto focal do amor considerado.
Este "Coração" do mundo manifestado é a Hierarquia espiritual - esse
grande Agente transmissor de amor para dotar de forma a manifestação divina.
O Amor é uma
energia que deve alcançar os corações dos homens e fecundar a humanidade com a
qualidade da compreensão amorosa, isso é o que é expresso quando o amor e a
inteligência se expressam juntos.
Quando os
discípulos estiverem agindo realmente em nome do Cristo, então virá o tempo em
que Ele poderá novamente andar no meio dos homens de maneira pública; Ele
poderá ser publicamente identificado e assim fazer Seu trabalho em níveis
exteriores de vida assim como no interior. O Cristo disse ao se despedir de
Seus discípulos: "Estou com vocês sempre, até o fim dos dias".
Quando o Cristo
vier, haverá um florescimento de grande atividade de Seu tipo de consciência
entre os homens; Ele incutirá no mundo dos homens a potência e a energia
distintiva do amor intuitivo. Os resultados da distribuição dessa energia de
amor serão de duplo aspecto:
Primeiro, a energia
ativa da compreensão-amorosa mobilizará uma tremenda reação contra a potência
do ódio. Odiar, ser separativo e ser exclusivo virá a ser considerados como o
pecado único, pois será reconhecido que todos os pecadores, tais como
relacionados e agora considerados como erros, somente se desenvolvem a partir
do ódio ou de seu produto, a consciência anti-social.
Em segundo lugar,
homens e mulheres incontáveis em todos os países constituir-se-ão em grupos
para a promoção da boa-vontade e apara a produção de corretas relações humanas.
Tão grande será o seu número que, de uma minoria pequena e relativamente sem
importância, chegarão a ser a maior e mais influente força no mundo.
DO CENTRO ONDE A VONTADE DE DEUS É
CONHECIDA,
GUIE O PROPÓSITO ÀS PEQUENAS VONTADES
HUMANAS;
O PROPÓSITO QUE OS MESTRES CONHECEM E
A QUE SERVEM.
Nestas linhas
encontramos uma prece em que a vontade humana possa ser ajustada de modo a
ficar em conformidade com a vontade divina, mesmo que esta não seja
compreendida. Há uma indicação nessas três linhas que a humanidade em si mesma
não pode, por enquanto, alcançar o que seja o propósito da Vontade de Deus,
aquele aspecto da vontade divina que procura imediata expressão da terra. Mas
certamente, na medida em que o propósito da Vontade de Deus busca influir sobre
a vontade humana, ela é expressa em termos humanos como boa-vontade, como
determinação viva ou como uma intenção fixa de alcançar corretas relações
humanas.
A vontade divina,
tal com é essencialmente, permanece o grande mistério. O próprio Cristo lutou
com o problema da vontade divina e dirigiu-Se ao Pai quando pela primeira vez
Ele se conscientizou da extensão e da complexidade de Sua missão como salvador
mundial. Ele então bradou alto: "Pai, não a minha vontade, mas, a Tua seja
feita". Essas palavras marcaram o abandono dos meios através dos quais Ele
estivera tentando salvar a humanidade; isso Lhe indicava o que poderia àquela
tempo, ter parecido um fracasso e que Sua missão não estava cumprida. Por dois
mil anos Ele tem esperado para ver frutificar aquela missão. Ele não pode
prosseguir com Sua missão sem uma ação recíproca da humanidade.
Essa Invocação é
peculiar e, essencialmente, o Próprio Mantra do Cristo. Seu "som
ecoou" para o mundo inteiro por intermédio da sua enunciação por Ele e
através de seu uso pela Hierarquia espiritual. Agora suas palavras devem
espalhar-se pelo mundo inteiro através de sua enunciação pelos homens em toda
parte e seu significado deve ser expresso pelas massas no devido tempo. Então o
Cristo poderá novamente "descer à terra" e "ver a obra de sua
alma”.
".
DO CENTRO A QUE CHAMAMOS RAÇA HUMANA,
CUMPRA-SE O PLANO DE AMOR E LUZ;
E QUE ELE VEDE A PORTA ONDE MORA O
MAL.
No quarto grupo de
três linhas, tendo invocado os três aspectos ou potências da Mente, Amor e
Vontade, temos a indicação da ancoragem de todos esses poderes na própria
humanidade, no "centro a que chamamos raça dos homens". Aqui, e
somente aqui, podem todas as três qualidades divinas - em tempo e espaço -
expressar-se e encontrar plena realização; aqui, e somente aqui, pode o amor
verdadeiramente nascer, a inteligência corretamente funcionar e a Vontade de
Deus demonstrar sua efetiva vontade-para-o-bem. Pela humanidade, só e sem ajuda
(exceto pelo divino espírito em todo ser humano), pode a "porta onde
habita o mal" ser vedada.
Esta linha final da
quarta estrofe talvez exija explicação. Esta é uma maneira simbólica de
expressar a idéia de tornar os propósitos maus, tanto inativos quanto
ineficazes. Não há particular localização para o mal; no Livro das Revelações,
o Novo Testamento fala do mal e da destruição do diabo e do tornar Satã
impotente.
A "porta onde
mora o mal" é mantida aberta pela humanidade através de seus desejos
egoístas, seus ódios e separatividade, por sua ambição e suas barreiras raciais
e nacionais, suas baixas ambições pessoais e seu amor pelo poder e crueldade. À
medida que a boa-vontade e a luz fluírem nas mentes e corações humanos, essas
más qualidades e essas energias dirigidas que mantém aberta a porta do mal dão
lugar a uma ânsia por corretas relações humanas, a uma determinação para criar
um mundo melhor e mais pacífico e a uma expressão mundial da
vontade-para-o-bem.
À proporção que
essas qualidades se superponham às velhas e indesejáveis, a porta onde mora o
mal simbolicamente fechar-se-á lentamente através da mudança de rumo do peso da
opinião pública e pelo correto desejo humano. Nada pode impedi-lo.
Assim o Plano
original será restaurado na terra. Simultaneamente, a porta para o mundo da
realidade espiritual abrir-se-á diante da humanidade e a porta onde mora o mal
será fechada no palaneta. Assim, através do "centro a que chamamos Raça Homana"
o Plano de Amor e Luz opera e aplica o golpe de morte no mal, no egoísmo e na
separatividade, selando-os na tumba da morte para sempre; assim também o
propósito do Criador de todas as coisas será cumprido.
QUE A LUZ, O AMOR E O PODER
RESTABELEÇAM O PLANO DA TERRA.
Fica evidente que
as três primeiras estrofes invocam, ou apelam para os três aspectos da vida
divina que são universalmente reconhecidos: a Mente de Deus, o Amor de Deus e a
Vontade ou o Propósito de Deus; a quarta indica a relação da humanidade com
essas três energias de Inteligência, Amor e Vontade e a profunda
responsabilidade da humanidade de implementar a difusão do amor e luz na terra
para restaurar o Plano. Este Plano convoca a humanidade para a expressão do
Amor e desafia os homens para "deixarem sua Luz brilhar". Então vem a
solicitação solene final para que este "Plano de Amor e Luz", atuando
através da humanidade, possa "Vedar a porta onde mora o mal".
A linha final então
contém a idéia da restauração, indicando a nota-chave para o futuro e que dia
virá quando a idéia original de Deus e Sua intenção inicial não mais serão
frustadas pelo mal e pelo livre-arbítrio humanos, pelo puro materialismo e
egoísmo; o propósito divino será então, através dos corações e dos objetivos
renovados da humanidade, alcançado.
(texto elaborado
pela Fundação Cultural Avatar - Niterói - RJ - Brasil)